Vou
fazer aqui o meu momento “divã”, sobre o time de Dallas Cowboys até
essa altura da temporada 2019, mais precisamente entrando na semana 12. E sim: ainda estamos na liderança da NFL East, divisão que é sempre pra lá de imprevisível ano sim, ano também.
Não
sei se existe algo que incomode mais aos torcedores do America’s
Team, do que os inícios de jogos, como foi o desta segunda-feira, no MNF da semana 9.
Assistimos isso acontecer nas derrotas, mas também nas vitórias
contra equipes com maiores fragilidades, seja por alguns buracos no
elenco, com é a equipe do Giants, seja por falha na execução por
parte do time dos Cowboys mesmo.
Eu
gosto de pensar, como torcedor que sou, e como apreciador de um
futebol americano bem jogado, que equipes que chegam bem em janeiro,
costumam surpreender as equipes que conseguem bons resultados e até
aquelas que são mais consistentes na primeira metade do campeonato.
E isso é algo recorrente nos momentos chaves da disputa por uma vaga
no SuperBowl, ou até mesmo pela conquista do tão desejado anel,
salvo raras exceções.
Estou
dizendo isso com a esperança de torcedor, que Dallas possa ser uma
dessas equipes,
já
que desta vez, não estamos com a campanha que permita sonhar com a
Seed 1 ou 2 na NFC, e nos resta torcer para que nesta temporada,
façamos como aquela lendária equipe dos anos 90, que levou o time
ao SuperBowl XXVII, jogando com os triplets (Aikman / Smith / Irving)
conquistou o primeiro da dinastia, iniciou com campanha 6V5D, para
então engrenar na competição, e conquistar a confiança de que
poderia chegar no topo. E chegou ao final daquela temporada com
campanha 11V5D.
Mas
olhando para a equipe atual, vemos problemas estruturais que
aparentam não ter conserto no curto prazo, a meu ver.
O
mais grave, sem sombra de dúvidas, é o desempenho dos times
especiais. O Kicker pode não ser o mais confiável da liga, mas isso
é apenas a cereja do bolo. Ele acerta FG inimagináveis, como foi o
caso daquele de 63 jardas na vitória contra os Eagles (semana7), mas
erra chutes de curta distância, que na época do Dan Bailey não nos
dava tanto susto, e nos parecia de certa maneira, automáticos. Não
quero aqui defender que o antigo kicker de Dallas, que agora segue
jogando pelos Vikings, seria a opção correta caso permanecesse no
time de Arlington.
Longe
disso, visto o que tem acontecido nas últimas partidas, e até mesmo
olhando para a temporada passada, nitidamente ele não é o mesmo que
nos colocava como o time que tinha um dos kickers mais confiáveis da
liga.
Eu
coloco como principal defeito nos Special Teams, a comissão técnica,
seja pela má-gestão da unidade, seja pela falta de planejamento
contra os adversários, seja pela execução que tem mostrado algumas
falha em certos momentos. Simplesmente porque não traz nenhum perigo
para os adversários, seja nos retornos de punt ou kickoff. E isso
aparenta muito estar ligado à comissão técnica. As peças estão
lá. Se não era pra esse time ser a melhor unidade da NFL, não
poderia estar entre as piores da liga.
Honestamente,
essa apatia do time, nos coloca em situações que o ataque precisa
marchar em campo com drives muito longos para pontuar, e
estatisticamente falando, quanto mais longas as campanhas, teremos
mais jogadas e maior a chance de algo dar errado. Seja por uma
terceira descida não convertida, seja por um turnover.
E
olha que o time de Dallas até vai bem neste quesito conversões de
3rd Down, há de se fazer esta ressalva, pois o time lidera a NFL com
mais de 50% até aqui. Mas isso é bom?
Fato
1: O fato de ser o melhor percentualmente falando, reflete que o time
tem se saído acima da média, das “enrascadas” que tem se
metido, com 3rd Down conversion, pois são situações limite, entre
um “three and out” (ou punt longo), ou seguir na campanha que
pode levar a uma pontuação;
Fato
2: O fato é que isso, cedo ou tarde pode fazer ruir uma campanha. E
isso em Janeiro, costuma custar mais caro que um jogo da regular
season;
O
time parece muito bem encaminhado até aqui para ir aos playoffs. Mas
existe um velho porém: também parece difícil acreditar que este
time possa ir muito além, se aquelas pequenas “caimbras mentais”
que ocorrem vez aqui e ali, com uma falta que enterra uma campanha ou
ressuscita uma campanha adversária; ou um começo de jogo meio
devagar demais, onde o time deixa a equipe adversária ter o controle
do relógio / placar mais tempo do que deveria; Tudo leva a crer que
a comissão técnica não costuma fazer bem seu papel. Boas comissões
técnicas identificam erros durante a competição e vão se moldando
e ajustando, para que a temporada regular seja um grande período de
aprendizado, onde a prova final são os playoffs.
Contra
as equipes de mais alto nível, que chegam em janeiro, essas não
costumam errar desta maneira nessas situações, e isso cria um teto
onde equipes medíocres não conseguem passar.
É
engraçado que Dallas, parece se enrolar muito com a execução de
seu game plan, contra equipes mais frágeis, e cabe até a metáfora
que fazemos para nossas vidas, que eu costumo refletir bastante sobre
ela:
Não
são as grandes pedras que nos derrubam, mas sim as pequenas. As
grandes são muito mais fáceis de enxergarmos para desviar nossos
caminhos, assim evitando que elas nos atrapalhem.
Já
as pequenas... Não damos atenção e nos deixamos derrubar.
Penso
que nas derrotas, em duas delas ao menos, foram para times com boas
campanhas na NFC (Saints na semana 4 e Packers na semana 5), foram
jogos que o time teve altos e baixos, mas perder para esses QB’s
experientes e com excelente plantel, soa até normal numa temporada
com 17 semanas. Não é todo dia que é dia santo.
Exceto
na derrota para o New York Jets, onde Dallas teve um desempenho
pífio/patético (obrigado, Mauro Cesar Pereira), foi algo que me
deixou extremamente surpreso do ponto de vista negativo, pois olhamos
no calendário e mentalmente marcamos uma vitória para os Cowboys
sobre os Jets, seja em New York, Arlington, na Lua, onde quer que o
jogo aconteça.
Dallas
não levou uma surra, mas nesta derrota, a diferença do que a
equipe jogou no 1st Half e o 2nd Half, acendeu um sinal de alerta pra
mim. Os Jets não haviam vencido até a semana 6, e seguem sem vencer
no campeonato após a vitória frente ao time de Dallas. Tamanha foi
a minha preocupação, mais por conta dessa falta de ajustes para
chamadas mais arrojadas no ataque, para tentar reverter o placar, do
que a defesa que não conseguiu mostrar resposta ao que Sam Darnold
fazia, depois de muito tempo parado.
Bons
times não podem, nem devem se enrolar com equipes do nível dos
Jets. A não ser que isso fosse numa semana 17, com tudo consumado e
o time poupar suas principais peças, pensando em playoffs, eu
ficaria menos preocupado.
Mas
se por um lado isso parece ser uma coisa que preocupa, não levamos
nenhuma lavada ou surra que possa ser uma preocupação, como foi na
semana 9, aquele vareio que o Packers levou da equipe oscilante dos
Chargers. Este é o tipo de jogo que não esperamos ver acontecer com
nosso time, onde equipes que nitidamente tem problemas, surrando
equipes postulantes à pós-temporada, ou que possuem talentos que possam
levar essas equipes a sonhar grande. Isso é um ponto positivo para
Dallas nesta temporada.
Diferente
da temporada de 2016, em que tudo funcionou de forma surpreendente,
eu tinha maior esperança no Dak calouro nos levar até o SB, do que
o time atual. Mesmo tendo na cabeça que nunca um QB calouro, chegou
lá e venceu. Não pelo Dak, que evoluiu muito, e tem se mostrado
muito mais que um simples game manager. Nos momentos decisivos,
sempre está ali firme e não apavora, não comete erros que possamos
creditar derrotas em sua conta. Se ele mostra problemas de
antecipação dos passes, pelo menos ele costuma proteger bem a bola, e tem escolhido muito bem seus alvos, mesmo em janelas que precisem de melhor pontaria, visivelmente ele tem melhorado.
Minha esperança é minada pelo entorno do time, que parece ter
sempre os mesmos problemas, mas não vemos mudanças que possam levar
o time a se acertar e poder brigar com os favoritos da conferência.
Acho
que o Garrett é muito prejudicado por não poder puxar o gatilho, e
se livrar da comissão técnica dos times especiais. É uma unidade
que demonstra não ter o mesmo comando e qualidade que as unidades de
defesa e ataque realizam dentro de campo.
Mas
sabemos que algumas decisões como esta, não estão diretamente na
mão dele. Definitivamente, sabemos onde estão as chaves da franquia
e quem as guarda. Não é mesmo Sr. Jerry F#$%$@ Jones?
Acho
que até por esse motivo, não vejo com bons olhos uma possível
demissão de Jason Garrett ao final desta temporada, imaginando que
isso possa ser uma solução. Mas tem sido cada vez mais irritante, ver a falta de agressividade nos momentos chaves, em que derrotas poderiam tornar-se vitórias, se ele não fosse tão conservador. Pode até não ser sempre, mas quem é ousado costuma ser agraciado com a vitória. Diferente do medo de perder, que mais parece atrair a derrota, de maneira recorrente.
E pela questão de quem tem as chaves da franquia, não vejo opções muito melhores para HC no mercado. Pior que isso, mais parece que as opções melhores, não teriam vez em Dallas.
Eu fiz muita torcida para que John Harbough viesse, antes que a renovação de contrato dele com os Reavens acontecesse. Ele é um dos caras que mais sou fã como treinador, exatamente pelo esmero que suas unidades de times especiais jogam. Não atoa ele foi técnico do time de especialistas antes de se tornar HC. Acho que a forma de trabalho dele (ou outros treinadores com mentalidade parecida) não se encaixaria com o comando que existe em Dallas, que centraliza o poder de tudo além da conta. Acho que isso limita muito a possibilidade de uma comissão técnica considerada top 5 da NFL, esteja em Arlington.
E pela questão de quem tem as chaves da franquia, não vejo opções muito melhores para HC no mercado. Pior que isso, mais parece que as opções melhores, não teriam vez em Dallas.
Eu fiz muita torcida para que John Harbough viesse, antes que a renovação de contrato dele com os Reavens acontecesse. Ele é um dos caras que mais sou fã como treinador, exatamente pelo esmero que suas unidades de times especiais jogam. Não atoa ele foi técnico do time de especialistas antes de se tornar HC. Acho que a forma de trabalho dele (ou outros treinadores com mentalidade parecida) não se encaixaria com o comando que existe em Dallas, que centraliza o poder de tudo além da conta. Acho que isso limita muito a possibilidade de uma comissão técnica considerada top 5 da NFL, esteja em Arlington.
Jerry
Jones viu seu time conquistar o primeiro SB, logo após se
transformar em dono do time de Dallas, com muitos méritos para outro
JJ, meu querido Jimmy Johnson, que transformou uma franquia
desacreditada, sem muitas aspirações após a demissão de seu
lendário treinador Tom Landry. Dallas virou a chave, tornando-se em
uma máquina que, só não ganhou ainda mais títulos, por causa do
ego de Jerry. Ele não queria simplesmente ganhar: além disso,
queria fazê-lo e mostrar pra todo mundo que ele estava certo, não
se contentando em apenas ser o dono da franquia, mas também General
Manager. De certo modo isso deu certo inicialmente, mas de lá pra cá
se tornou um problema no longo prazo, e nunca mais conseguimos o
sucesso alcançado naqueles anos 90.
Gosto
do trabalho do Chris Richard, cuidando dos DB na defesa, e acho que
seria um passo acertado promovê-lo para DC já na próxima
temporada. Não mais do que isso também. Promovê-lo à HC, seria
um vôo alto demais para ele, sem falar no possível declínio que a
unidade defensiva, aparentemente poderia vir a sofrer sem ele
diretamente no comando. Ainda falando em unidade defensiva, acho que
Rod Marinelli não tem mais espaço para elevar o nível dos garotos
que temos no elenco. E o teto desses jovens talentos, ainda está
longe de ser alcançado.
Mesmo
assim, penso que cabeças poderão rolar em Dallas se algo diferente
não ocorrer desta vez.
E
acho que ano após ano, temos sofrido por não conseguir trazer um
talento na posição de safety / Strong Safety, que pudesse atuar de
forma dominante, talvez seja um dos maiores buracos no nosso elenco,
ao menos até o momento. Jeff Heath tem limitações de forma muito
nítida, ainda mais agora que se lesionou, vimos o quanto esta
posição carece de upgrade imediato. Muito se falou na possível
saída de Jamal Adams dos Jets para os Cowboys, mas nunca saberemos
ao certo quais as condições de parte a parte, foram negociadas e as
ofertas efetivamente falando, para que a troca não fosse realizada.
Com a janela de trocas encerrada, esperamos que Dallas faça melhores
movimentos na off-season com a free agency, mas principalmente no
draft.
Em
contrapartida, temos muito que comemorar com alguns nomes que vem
jogando muito além do esperado, como o reserva imediato Jourdan
Lewis, tem se mostrado uma grata surpresa. Não é porque ele não
está apenas comprometendo no lado defesivo da bola, mas fazendo a
diferença nas partidas, com turnovers forçados e/ou recuperados.
Outra adição importantíssima, que vem fazendo uma grande
diferença, é Robert Quinn. Principalmente porque a forma incisiva e
aguda dele atuar como Edge, tem liberado espaço para que Demarcus
Lawrence, eleve novamente seu jogo, até então um tanto apagado
nesta temporada.
Depois
deste meu momento “Divã”, deixemos de “divãgar” sobre meu
time, e vamos para outra postagem…